segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Paris


"É estranho pensar que enquanto o mundo corre em parametros de globalização, de modernização, existem lugares que desfrutam do prazer de apenas viver bem. Aparentemente, o avanço da tecnologia, retirou-me a beleza dos lugares que mais gosto."


A naturalidade da beleza da cidade me encanta, não poderia ser diferente em Paris. Ao chegar no aeroporto da cidade iluminada, confesso que não morri de amores e muito menos de felicidade. Achei bem estranho, um lugar onde tive que ir ao banheiro que não possuia portas, ou melhor, um banheiro sem portas e unissex. Posso afirmar que se dependesse do aeroporto de paris, acho que esse amor que existe dentro de mim, seria agora, ruínas sucumbidas.

Encaminhei-me ao centro, onde, supostamente, ficaria em um hotel na rua conhecida como chattêau london. Tratava-se de um lugar charmoso, com janelas típicas francesas, ao lado de uma estação de metro de última geração chamada gare de lest, e é claro, muita gente bonita e agradável. Aí sim, pude respirar o ar da cidade e pensar daquela forma similar a qual todos os turistas recém-chegados em Paris pensam: "Ah, agora sim! Me sinto realmente na Europa!". Eram os ventos do verão soprando que meus tempos de Europa haviam apenas começado.

Ao colocar as malas no quarto, aproximei-me da janela para ver a vista a qual seria meu cenário por algum curto tempo, pobre vista, os, ironicamente, simpáticos rapazes do hotel me colocaram aos fundos da cidade que mais gosto. Mas isso foi pouco, pouco para acabar com o meu contentamento. Já que fui desprovida de belas vistas, arrisquei-me enfim em um passeio pelas ruas paralelas e perpendiculares, e mais tarde, um passeio inusitado de metrô.

Assim fomos, explorando e conhecendo cada pedaço daquela cidade que possui uma sensação incrível de romance e doutrina. Sensações de uma terra que há pouco século viveu grandes revoluções, terra de Napoleão, de Descartes, terra do meu pintor favorito, terra de Monett.

Não há quem hesite em dizer que Paris não se move em torno de um magnetismo cultural e amoroso, um magnetismo inexplicável. Principalmente as margens do Sena, agora posso entender a quantidade de livros públicados relacionados à margens do sinuoso Sena.

Naquele mesmo dia fizemos o nosso tão aguardado passeio. Mais que o esperado, meu raciocínio e meu grande arquivo de cidades e países que já visitei (alguns muitos) gritaram em mim dizendo: "Achou, essa é Paris!". Era como se meu inconsciente gritasse em forma de paisagem possibilitando-me de ver as as respostas das minhas perguntas ao invés de apenas ouvi-las.

Ainda lembro da sensação de extase totalitário que senti, sensação de liberdade e ao mesmo tempo, sensação de saber que em algum lugar do mundo existe um pedaço razoável feito sob medida para você. E assim aconteceu com Paris, o meu caso de romance preferido e duradouro.