domingo, 25 de novembro de 2007


Pude lembrar-me das coisas que vi. No entanto, pouco consigo sentir em relação à elas. Vai dizer que tu não cansastes de andar por aí, entrando e saindo de histórias que não mexiam com você? Pois digo, ou melhor, lhe pergunto: O que entendes de cansaço? Logo tu, que levas a vida na flauta, acostumado com os sentimentos mundanos meramente carnais e agressivos. Logo tu, que desconhece do amor, que existe por acreditar na existência do existencialismo. Logo tu, que de tão inexpressiva presença, me faz pensar que números servem apenas para subtrair. Já pensastes nisso? que quanto mais os anos passam, mais coisas temos a perder? Que a vida é meramente contagem regressiva, feita de perda de sonhos e conquistas que planejei dia-a-dia em uma folha de papel? Pois seja, se daqui pra frente, tenho menos números em formas de dias, quero perder-me em noites de dança e esperar o último que de lá sair, apagar-me a luz que me subtrai.

Inércia

VOCÊ,


Já chegou a conclusão de que todos aqueles momentos considerados os piores da sua vida serviram para alguma ou qualquer coisa? Eles que te indentificam, te caracterizam, te tornam assim, do jeito que você é, gostando ou não daquilo que vê ou até mesmo daquilo que sente perante a si mesma! Seria então um erro lamentar pelas coisas que aconteceram no passado sabendo que em um futuro, seja ele próximo ou distante, tais coisas darão, resultarão em situações agradáveis as quais você jamais gostaria de retornar e mudar tudo o que hoje, te fez crescer e evoluir, como ser humano, matéria, corpo, presença, ou quem sabe um crescimento espiritual, independente de religião, credo ou seita, um crescimento interior, fé e determinação de vida. Lutar para fazer as coisas acontecerem de forma correta, mesmo que não se mova um dedo para que elas se concretizem, mas assim, simplesmente....com alguma força de espírito, que não precisa de passado e nem futuro como motivação para fazer acontecer, sem prepotência ou planos! Talvez o passado tenha sido um pouco duro, tenha feito desacreditar no possível, desistir de milhares de coisas que eram belas aos olhos cheios de utopias, mas o passado não mente e muito menos ilude. O que foi perdido, não é recuperável, mas ainda se pode criar,


construír, caminhar, mover, determinar,sentir, amar, modificar e doar-se por inteiro sempre que lembrar que a culpa é de quem fez sofrer e o direito, hoje, é de reconstrução para quem merece viver com um pouco mais de amor. Falar de sentimento é tão bonito e muito fácil, pra quem se sente triste todos os dias por motivos mediocres e acha que sofrer é sinônimo de desanimo, angústias de finais de tarde e nostalgia em alguns períodos da noite. No entando, lhes digo que sofrer sente-se de manhã quando se acorda, até o momento de fechar os olhos para dormir. Não quero e tão pouco julgo e comparo as diferentes perspectivas da angústia mas com toda a certeza, se tem um dia lindo la fora, uma boa família dentro de casa, saúde e alguns poucos colegas, sabe-se que és incapaz de dizer que é infeliz só porque em apenas um curto dia, sentiu algum vestígio de dor. Está tudo em movimento e existem pessoas que tendem a permanecer paradas e descrentes! É isso que eu chamo de: inércia sentimental.