terça-feira, 27 de novembro de 2007




"O homen aprendeu, com deus, a criar. Deus aprendeu com o homem a amar. É como se os homens fossem anjos rejeitados do paraíso, por serem os únicos a colocarem defeitos na criação suprema de Deus. Aqui, ao cair, descobriram os sentimentos profanos. Com os animais aprederam a se reproduzir, a procriar, a mentir e a matar."

Esse é, certamente, um dos melhores filmes que vi. Não só pela atuação de todos os envolvidos, mas pela moral da história. Eu adoro morais de histórias, ou melhor, adoro histórias com morais.
É como se esse filme tivesse sido feito sobre os meus conceitos, as minhas hipóteses, as minhas idéias e, é claro, as minhas fantasias. Diz, acima de tudo, coisas que eu confabulei, coisas que eu pensei ...que eu, apenas eu, pudesse raciocinar.
Logo, posso concluir que existe alguém que pensa assim, tanto quanto eu. Alguém que acredita na desgraça com graça do mundo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Paris


"É estranho pensar que enquanto o mundo corre em parametros de globalização, de modernização, existem lugares que desfrutam do prazer de apenas viver bem. Aparentemente, o avanço da tecnologia, retirou-me a beleza dos lugares que mais gosto."


A naturalidade da beleza da cidade me encanta, não poderia ser diferente em Paris. Ao chegar no aeroporto da cidade iluminada, confesso que não morri de amores e muito menos de felicidade. Achei bem estranho, um lugar onde tive que ir ao banheiro que não possuia portas, ou melhor, um banheiro sem portas e unissex. Posso afirmar que se dependesse do aeroporto de paris, acho que esse amor que existe dentro de mim, seria agora, ruínas sucumbidas.

Encaminhei-me ao centro, onde, supostamente, ficaria em um hotel na rua conhecida como chattêau london. Tratava-se de um lugar charmoso, com janelas típicas francesas, ao lado de uma estação de metro de última geração chamada gare de lest, e é claro, muita gente bonita e agradável. Aí sim, pude respirar o ar da cidade e pensar daquela forma similar a qual todos os turistas recém-chegados em Paris pensam: "Ah, agora sim! Me sinto realmente na Europa!". Eram os ventos do verão soprando que meus tempos de Europa haviam apenas começado.

Ao colocar as malas no quarto, aproximei-me da janela para ver a vista a qual seria meu cenário por algum curto tempo, pobre vista, os, ironicamente, simpáticos rapazes do hotel me colocaram aos fundos da cidade que mais gosto. Mas isso foi pouco, pouco para acabar com o meu contentamento. Já que fui desprovida de belas vistas, arrisquei-me enfim em um passeio pelas ruas paralelas e perpendiculares, e mais tarde, um passeio inusitado de metrô.

Assim fomos, explorando e conhecendo cada pedaço daquela cidade que possui uma sensação incrível de romance e doutrina. Sensações de uma terra que há pouco século viveu grandes revoluções, terra de Napoleão, de Descartes, terra do meu pintor favorito, terra de Monett.

Não há quem hesite em dizer que Paris não se move em torno de um magnetismo cultural e amoroso, um magnetismo inexplicável. Principalmente as margens do Sena, agora posso entender a quantidade de livros públicados relacionados à margens do sinuoso Sena.

Naquele mesmo dia fizemos o nosso tão aguardado passeio. Mais que o esperado, meu raciocínio e meu grande arquivo de cidades e países que já visitei (alguns muitos) gritaram em mim dizendo: "Achou, essa é Paris!". Era como se meu inconsciente gritasse em forma de paisagem possibilitando-me de ver as as respostas das minhas perguntas ao invés de apenas ouvi-las.

Ainda lembro da sensação de extase totalitário que senti, sensação de liberdade e ao mesmo tempo, sensação de saber que em algum lugar do mundo existe um pedaço razoável feito sob medida para você. E assim aconteceu com Paris, o meu caso de romance preferido e duradouro.

domingo, 25 de novembro de 2007


Pude lembrar-me das coisas que vi. No entanto, pouco consigo sentir em relação à elas. Vai dizer que tu não cansastes de andar por aí, entrando e saindo de histórias que não mexiam com você? Pois digo, ou melhor, lhe pergunto: O que entendes de cansaço? Logo tu, que levas a vida na flauta, acostumado com os sentimentos mundanos meramente carnais e agressivos. Logo tu, que desconhece do amor, que existe por acreditar na existência do existencialismo. Logo tu, que de tão inexpressiva presença, me faz pensar que números servem apenas para subtrair. Já pensastes nisso? que quanto mais os anos passam, mais coisas temos a perder? Que a vida é meramente contagem regressiva, feita de perda de sonhos e conquistas que planejei dia-a-dia em uma folha de papel? Pois seja, se daqui pra frente, tenho menos números em formas de dias, quero perder-me em noites de dança e esperar o último que de lá sair, apagar-me a luz que me subtrai.

Inércia

VOCÊ,


Já chegou a conclusão de que todos aqueles momentos considerados os piores da sua vida serviram para alguma ou qualquer coisa? Eles que te indentificam, te caracterizam, te tornam assim, do jeito que você é, gostando ou não daquilo que vê ou até mesmo daquilo que sente perante a si mesma! Seria então um erro lamentar pelas coisas que aconteceram no passado sabendo que em um futuro, seja ele próximo ou distante, tais coisas darão, resultarão em situações agradáveis as quais você jamais gostaria de retornar e mudar tudo o que hoje, te fez crescer e evoluir, como ser humano, matéria, corpo, presença, ou quem sabe um crescimento espiritual, independente de religião, credo ou seita, um crescimento interior, fé e determinação de vida. Lutar para fazer as coisas acontecerem de forma correta, mesmo que não se mova um dedo para que elas se concretizem, mas assim, simplesmente....com alguma força de espírito, que não precisa de passado e nem futuro como motivação para fazer acontecer, sem prepotência ou planos! Talvez o passado tenha sido um pouco duro, tenha feito desacreditar no possível, desistir de milhares de coisas que eram belas aos olhos cheios de utopias, mas o passado não mente e muito menos ilude. O que foi perdido, não é recuperável, mas ainda se pode criar,


construír, caminhar, mover, determinar,sentir, amar, modificar e doar-se por inteiro sempre que lembrar que a culpa é de quem fez sofrer e o direito, hoje, é de reconstrução para quem merece viver com um pouco mais de amor. Falar de sentimento é tão bonito e muito fácil, pra quem se sente triste todos os dias por motivos mediocres e acha que sofrer é sinônimo de desanimo, angústias de finais de tarde e nostalgia em alguns períodos da noite. No entando, lhes digo que sofrer sente-se de manhã quando se acorda, até o momento de fechar os olhos para dormir. Não quero e tão pouco julgo e comparo as diferentes perspectivas da angústia mas com toda a certeza, se tem um dia lindo la fora, uma boa família dentro de casa, saúde e alguns poucos colegas, sabe-se que és incapaz de dizer que é infeliz só porque em apenas um curto dia, sentiu algum vestígio de dor. Está tudo em movimento e existem pessoas que tendem a permanecer paradas e descrentes! É isso que eu chamo de: inércia sentimental.